A CIA alertou as autoridades alemãs que um ataque planejado a um gasoduto no Mar Báltico era iminente há apenas algumas semanas.
De acordo com uma reportagem da revista alemã Der Spiegel, vários funcionários do governo alemão foram avisados pela agência de espionagem dos EUA sobre o ataque durante o verão.
Como destacamos ontem, a resposta inicial da Alemanha ao incidente foi que provavelmente seria um “ataque direcionado” realizado pela Rússia ou pela Ucrânia.
Os investigadores alemães concluíram que o ataque tinha de ser deliberado porque teria sido realizado por forças especiais, mergulhadores da marinha ou um submarino capaz de chegar ao fundo do mar e colocar minas ou explosivos.
Apesar de não descartar que o ataque poderia ter sido uma “falsa bandeira” russa, o único motivo percebido teria sido “culpar outras partes pelo incidente”, relatou o Der Spiegel, embora reconhecendo que uma “interrupção permanente do fornecimento de gás da Rússia seria do interesse da Ucrânia.”
A Ucrânia inevitavelmente culpou a Rússia, embora o porquê Moscou sabotaria dois oleodutos que nem mesmo transportavam gás para a Europa permanece um mistério.
Outros sugeriram que os EUA são os culpados, incluindo o ex-ministro da Defesa polonês, Radek Sikorski, que pareceu agradecer a Washington por realizar o ataque em um tweet.
“Obrigado, EUA.” – Radek Sikorski MEP (@radeksikorski) 27 de setembro de 2022
Como explica Chris Menahan, Sikorski é casado com a neoconservadora Anne Applebaum e participou da reunião de Bilderberg no início deste ano, o que significa que ele faz parte da elite global.
“Se a CIA bombardeou esses oleodutos civis, é um ato de guerra insano que devastará ainda mais a economia da Europa e arriscará uma guerra total com a Rússia”, escreve ele.
No entanto, o secretário de Estado da Polônia, Stanislaw Zaryn, acusou a Sikorski de amplificar a “propaganda russa”.
“Autenticar as mentiras russas neste momento específico põe em risco a segurança da Polônia. Que ato de irresponsabilidade grosseira!” escreveu Zaryn.
Outros apontaram para a promessa de Joe Biden de que ele “atacaria” o Nord Stream 2 se a Rússia atacasse a Ucrânia.
A subsecretária de Estado para Assuntos Políticos Victoria Nuland também insistiu anteriormente: “Se a Rússia invadir a Ucrânia, de uma forma ou de outra, o Nord Stream 2 não avançará”.
A Dinamarca se tornou o último país a anunciar que havia detectado explosões sísmicas imediatamente antes do vazamento, acrescentando que acreditava que “ações deliberadas” de perpetradores desconhecidos eram responsáveis.
“A avaliação clara das autoridades é que estas são ações deliberadas – não acidentes”, disse a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen.