Pular para o conteúdo
Início » POLÍCIA FINANCEIRA DOS EUA FECHA BANCO DO VALE DO SILÍCIO E TENTA CONTER PÂNICO NO MERCADO

POLÍCIA FINANCEIRA DOS EUA FECHA BANCO DO VALE DO SILÍCIO E TENTA CONTER PÂNICO NO MERCADO

Reguladores bancários da Califórnia fecharam nesta sexta-feira o SVB Financial Group (Silicon Valley Bank), colocando o banco com foco em empresas de tecnologia em recuperação judicial e liquidando seus ativos, em um movimento rápido para proteger os correntistas e buscando conter preocupações que pressionaram bancos.

O regulador nomeou a Federal Deposit Insurance Corporation como o administrador da recuperação, de acordo com um comunicado.

As ações do SVB tiveram as negociações suspensas nesta sexta-feira após caírem até 66% nas negociações pré-mercado.

O SVB, que atua como Silicon Valley Bank, não estava imediatamente disponível para comentar.

Mais cedo, o SVB disse que estava tendo uma série de conversas que ainda para definir os próximos passos da empresa, segundo memorando aos funcionários na manhã de sexta-feira visto pela Reuters.

“Solicitamos que todos os funcionários trabalhem em casa hoje e até novo aviso, exceto funcionários essenciais e filiais. Mais informações serão comunicadas assim que estiverem disponíveis.”

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse aos parlamentares no Capitólio nesta sexta-feira que o departamento estava ciente dos desenvolvimentos recentes e estava monitorando a situação, chamando de “uma questão preocupante” quando os bancos sofrem perdas, segundo a CNBC.

Os reguladores norte-americanos foram vistos chegando aos escritórios do banco na Califórnia nesta sexta-feira, informou a Bloomberg News.

UBS: NÃO HÁ SINAL DE RISCO DISSEMINADO NO SETOR BANCÁRIO DOS EUA

A liquidação do Silicon Valley Bank (SVB) acende preocupações sobre as perdas dos bancos associadas a investimentos em Treasuries, mas não há sinais de contágio no sistema bancário, diz o UBS. “Acreditamos que os ventos contrários ao setor podem ser gerenciados”, avalia o banco, em relatório.

Ontem, o SVB relatou um “rombo” de quase US$ 2 bilhões por causa de perdas no portfólio de títulos de dívida do governo dos EUA. Nos últimos anos, muitos bancos locais investiram fortemente em Treasuries de longo prazo, cujos valores caíram muito depois que o Fed passou a elevar os juros, lembra o UBS.

A Federal Deposit Insurance Corporation (Fdic) alertou recentemente que os bancos americanos enfrentam US$ 620 bilhões em perdas não realizadas associadas às suas carteiras de títulos de dívida. Segundo o UBS, investidores também estão preocupados quanto à possibilidade de clientes retirarem seus depósitos em favor de papéis de curta duração, que estão dando maior retorno.

Apesar de não ver riscos, o UBS avalia que a situação reforça as perspectivas negativas para o setor bancário. Mas também lembra que, desde a crise financeira de 2008, os bancos estão sujeitos a regras mais rígidas de liquidez, o que deve conter uma crise mais generalizada.

EUA: COLAPSO DO SVB É ISOLADO, MAS DESPERTA VELHOS “DEMÔNIOS” DO MERCADO

Embora seja um banco pequeno, o colapso do Silicon Valley Bank é um duro lembrete ao mercado sobre os riscos que envolvem o setor bancário em épocas de crise, anota matéria da Bloomberg. No mais, o californiano SBV era um importante credor para pequenas empresas. “O SVB abriu um pouco a caixa de Pandora”, disse Arnaud Cayla, vice-presidente executivo da Cholet Dupont Asset Management. O colapso da instituição representa “um grande impacto psicológico, que despertou os velhos demônios do mercado”, referindo-se à crise de 2008. A despeito da forte reação nas bolsas hoje, analistas veem riscos limitados de contágio. A seguir, um compilado de opiniões feito pela agência.

Charles-Henry Monchau, diretor de investimentos do Banque SYZ: “Os bancos foram pegos de surpresa pelo rápido aumento das taxas de juros do Fed e pela drenagem do excesso de liquidez do sistema financeiro. Isso levou a uma pilha de perdas nos balanços dos bancos. O SVB pode ser visto como um evento extremo e, espero, isolado. Mas é justo dizer que o duplo golpe de perdas nos balanços dos bancos com Treasuries e uma fuga de depósitos de clientes está criando um risco para muitos bancos dos EUA”.

Bjoern Jesch, diretor de investimentos da DWS: “Quando os problemas em um banco californiano relativamente pequeno são suficientes para abalar os gigantes financeiros de Wall Street, isso mostra como o mercado está nervoso”.

Jerome Legras, chefe de pesquisa da Axiom Alternative Investments: “O perfil de risco de um banco sistêmico como o JPMorgan em taxas e liquidez não tem nada a ver com um banco californiano especializado em capital de risco”.

Robert Greil, estrategista-chefe da Merck Finck: “O fantasma dos juros altos está circulando. Os investidores estão cada vez mais preocupados que as taxas continuem a subir mais do que o esperado”.

Oliver Scharping, gerente de portfólio da Bantleon: “Embora eu esteja recebendo indiscutivelmente algumas vibrações do Bear Stearns em 2008 e a liquidez esteja desaparecendo em geral, ainda não parece um problema sistêmico”.

Raphael Thuin, chefe de estratégias de mercado de capitais da Tikehau: “À primeira vista, isso não parece um problema sistêmico. Os mercados são muito sensíveis às más notícias do setor bancário e as preocupações com isso nunca são boas. Dito isto, é preciso estar muito atento a qualquer tipo de efeito dominó, principalmente nos bancos regionais dos EUA”.

James Athey, diretor de investimentos da Abrdn: “A falta de evidências permitiu que os investidores em ações sonhassem com uma desinflação imaculada e um retorno à terra mítica do crescimento perpétuo. Os problemas no SVB foram um banho frio nesse sonho”.

Casa Branca diz confiar em reguladores quando questionada sobre SVB Financial

WASHINGTON (Reuters) – A Casa Branca disse nesta sexta-feira que tem confiança nos reguladores financeiros dos Estados Unidos, quando questionada sobre a falência do SVB Financial Group, a maior quebra bancária nos EUA desde a crise financeira de 2008.

Cecilia Rouse, que preside o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, expressou confiança nos reguladores quando questionada sobre a instituição, que foi fechada nesta sexta-feira por um regulador bancário da Califórnia.

Rouse disse que o sistema bancário norte-americano está fundamentalmente mais forte do que durante a crise financeira de 2008.

Também nesta sexta, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reuniu-se com funcionários do Federal Reserve, da Federal Deposit Insurance Corporation e do Escritório do Controlador da Moeda, para discutir o caso do SVB, que atua como Silicon Valley Bank, de acordo com um comunicado do Tesouro.

“A secretária Yellen expressou total confiança nos reguladores bancários para tomar as ações apropriadas em resposta e observou que o sistema bancário permanece resiliente e os reguladores têm ferramentas eficazes para lidar com esse tipo de evento”, informou o órgão.

Quando questionada sobre a situação do SVB durante seu depoimento perante o Comitê de Formas e Meios da Câmara dos Deputados dos EUA nesta sexta-feira, Yellen disse que “há desdobramentos recentes que preocupam alguns bancos que estou monitorando com muito cuidado. E quando os bancos sofrem perdas financeiras, deve ser, e é, um motivo de preocupação.”

Yellen adverte deputados dos EUA que calote da dívida pública geraria “colapso econômico”

WASHINGTON (Reuters) – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, instou os membros da Câmara dos Deputados dos EUA nesta sexta-feira a aumentar o teto da dívida federal sem condicionalidades, alertando que um calote da dívida do país causaria um “colapso econômico e financeiro”.

Yellen, em uma audiência no Comitê de Meios e Recursos da Câmara dos Deputados dos EUA, atualmente controlado por parlamentares republicanos, disse que deixar de aumentar o limite de empréstimos de 31,4 trilhões de dólares ameaçaria o progresso econômico que o país fez desde a pandemia de Covid-19.

“Na minha avaliação, e na de economistas em geral, um calote em nossa dívida desencadearia uma catástrofe econômica e financeira”, afirmou Yellen. “Peço a todos os membros do Congresso que se reúnam para tratar do limite da dívida, sem condicionalidades e sem esperar até o último minuto.”

Questionada sobre a possibilidade de ser dada prioridade aos pagamentos da dívida dos EUA na alocação dos recursos de caixa disponíveis, como alguns republicanos sugeriram, Yellen disse que “não é uma solução para a questão do teto da dívida”.

“Priorizar é simplesmente não pagar todas as contas do governo no vencimento. Isso é algo que nunca fizemos desde 1789. E isso é apenas inadimplência com outro nome.”

A única opção para evitar um incremento esmagador na taxa de juros após um calote seria se os Estados Unidos se comprometerem a pagar suas contas em dia, afirmou ela.

“Se não fizermos isso e pensarmos que há algum atalho que evite o caos econômico, estamos nos enganando, porque não pagar as contas do governo produzirá um colapso econômico e financeiro”, disse.

Alguns republicanos exigiram concessões de gastos do presidente norte-americano, Joe Biden, em troca de elevar o teto da dívida. Yellen se recusou a negociar o aumento, com o argumento de que se trata de cumprir as decisões de gastos anteriores do Congresso.

 

Compartilhe

Entre em contato com a gente!

ATENÇÃO: se você não deixar um e-mail válido, não teremos como te responder.

×