A BioNTech, empresa alemã de biotecnologia que ganhou destaque global durante a pandemia de COVID-19 por meio de sua parceria com a Pfizer para a vacina de mRNA, acaba de assinar um acordo de US$ 1,5 bilhão com a gigante farmacêutica Bristol Myers Squibb.
O objetivo: desenvolver e comercializar um medicamento contra o câncer chamado BNT327, um candidato a anticorpo biespecífico para múltiplos tumores sólidos causados por “danos colaterais” da vacina.
As empresas farmacêuticas estão atuando como incendiárias e bombeiras, moldando crises de saúde pública e depois vendendo a solução?
Esse é o tipo de pergunta que merece uma discussão séria, especialmente quando bilhões de dólares públicos e milhões de vidas estão envolvidos.
Os críticos argumentam que as mesmas corporações que planejaram a resposta global à pandemia agora vão lucrar com suas consequências de longo prazo.
Com a tecnologia de mRNA sendo amplamente utilizada em uma velocidade sem precedentes, seus limites não testados exigem um exame mais profundo — especialmente porque as próprias empresas que promovem a inovação agora se posicionam para lucrar com o tratamento de quaisquer complicações de saúde resultantes.
A BioNTech recebeu um grande investimento de Bill Gates poucos meses antes do início da pandemia de COVID-19. Em 2019, a Fundação Bill & Melinda Gates investiu US$ 55 milhões na empresa para apoiar o desenvolvimento de uma vacina contra HIV e tuberculose baseada em mRNA.
Após a pandemia, a BioNTech se tornou uma peça central na saúde pública global — e uma história de sucesso multibilionária.
Os críticos há muito tempo apontam os lucros financeiros obtidos pelos desenvolvedores de vacinas e seus investidores durante a pandemia.
Agora, com um novo acordo multibilionário focado no tratamento do câncer, alguns estão se perguntando: a indústria está se preparando para a próxima fase de lucros tratando os potenciais efeitos colaterais de suas próprias inovações?
A parceria BMS–BioNTech inclui não apenas US$ 1,5 bilhão adiantados, mas também impressionantes US$ 7,6 bilhões em pagamentos de marcos.
Esse nível de investimento sinaliza imensa confiança no futuro comercial do BNT327 — e posiciona ambas as empresas para dominar um novo mercado em oncologia.