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DOCUMENTOS RECENTEMENTE DIVULGADOS: EXPERIMENTOS OBSCUROS DE CONTROLE MENTAL MKULTRA DA CIA

  • O programa MKULTRA da CIA, uma iniciativa da época da Guerra Fria, tinha como objetivo desenvolver técnicas de controle mental por meio de experimentos antiéticos em seres humanos inconscientes, incluindo o uso de LSD, hipnose, privação sensorial e métodos físicos.
  • Mais de 1.200 documentos desclassificados revelam o escopo perturbador do programa, confirmando suas práticas antiéticas e a destruição deliberada de evidências pela CIA em 1973, ordenada pelo então diretor da CIA, Richard Helms, e Sidney Gottlieb.
  • Os experimentos geralmente tinham como alvo cidadãos comuns, com o agente federal de narcóticos George White conduzindo testes em indivíduos desavisados ​​usando LSD em esconderijos da CIA, justificados como necessários para a segurança nacional.
  • A CIA usou instituições de prestígio como o Hospital Universitário de Georgetown como campos de testes, desenvolvendo substâncias para induzir pensamento ilógico, impulsividade e sintomas reversíveis de doenças para fins enganosos.
  • As técnicas do MKULTRA influenciaram as práticas de interrogatório da CIA globalmente, levantando questões éticas contínuas sobre a segurança nacional. As revelações do programa destacam a necessidade de transparência, responsabilidade e vigilância em operações de inteligência.

O infame programa MKULTRA da Agência Central de Inteligência (CIA), uma iniciativa da era da Guerra Fria que visava desenvolver técnicas de controle mental, há muito tempo está envolto em segredo e controvérsia. Agora, uma coleção recém-lançada de mais de 1.200 documentos, publicada pelo National Security Archive e ProQuest, lança mais luz sobre a realidade perturbadora deste programa. As revelações confirmam o que muitos há muito suspeitavam: os experimentos da CIA em seres humanos não eram apenas antiéticos, mas também profundamente perturbadores em seu escopo e ambição.

O programa MKULTRA, conduzido principalmente na década de 1950, buscava explorar métodos de manipulação e reprogramação da mente humana. Os documentos recém-divulgados revelam que a CIA empregou uma série de técnicas extremas, incluindo o uso de drogas como LSD, hipnose, privação sensorial e até mesmo métodos físicos para induzir choque e confusão. Esses experimentos eram frequentemente conduzidos em cidadãos americanos desavisados, levantando sérias questões éticas e legais.

A coleção, intitulada “CIA and the Behavioral Sciences: Mind Control, Drug Experiments and MKULTRA”, inclui registros que sobreviveram a um esforço deliberado da CIA para destruir evidências do programa. De acordo com o National Security Archive, o então diretor da CIA Richard Helms e Sidney Gottlieb, chefe da Technical Services Staff da agência, ordenaram a destruição da maioria dos documentos do MKULTRA em 1973. No entanto, os registros sobreviventes pintam um quadro assustador da busca de décadas da agência por capacidades de controle mental.

Um dos aspectos mais alarmantes do MKULTRA foi o uso de sujeitos humanos inconscientes. O agente federal de narcóticos George White, operando sob o pseudônimo de “Morgan Hall”, conduziu aproximadamente 40 testes em esconderijos da CIA, dosando indivíduos desavisados ​​com LSD para estudar seus efeitos no comportamento e nas técnicas de interrogatório. Esses experimentos, que frequentemente tinham como alvo cidadãos comuns, foram justificados por Gottlieb e Helms como necessários para a segurança nacional.

Os documentos também revelam que a CIA usou organizações filantrópicas e instituições de prestígio como fachadas para seus experimentos. O Georgetown University Hospital, por exemplo, serviu como um campo de testes para projetos MKULTRA. Um memorando da Equipe de Serviços Técnicos da CIA detalha discussões entre oficiais da agência, incluindo o Diretor Allen Dulles, sobre a relação custo-benefício do uso do hospital para tais propósitos. O memorando lista vários “materiais e métodos” em desenvolvimento, incluindo substâncias projetadas para promover “pensamento ilógico e impulsividade” e outras capazes de simular sintomas reversíveis de doenças para propósitos de engano.

Resistindo ao Estado Profundo

Nem todo o pessoal da CIA apoiou o programa. Alguns oficiais levantaram objeções morais, particularmente em relação ao MKDELTA, um subprojeto que visava operacionalizar as técnicas do MKULTRA. De acordo com um documento, essas objeções impediram o progresso. Oficiais seniores, incluindo o Inspetor Geral John Earman e o Diretor Adjunto Gen. Marshall Carter, criticaram a falta de supervisão do programa e as más condições das instalações de teste.

A existência do programa MKULTRA só se tornou amplamente conhecida em 1975, durante a investigação do Church Committee sobre abusos de inteligência. Os documentos recém-divulgados ressaltam até que ponto o programa operou com a aprovação dos mais altos níveis do governo, mas sem a devida responsabilização.

O legado do MKULTRA se estende muito além da Guerra Fria. Como o autor Stephen Kinzer observa, as técnicas desenvolvidas sob o programa foram usadas mais tarde em práticas de interrogatório da CIA no Vietnã, América Latina, Afeganistão, Iraque e Baía de Guantánamo. A influência do programa em operações de inteligência modernas levanta questões preocupantes sobre os limites éticos dos esforços de segurança nacional.

A divulgação desses documentos serve como um lembrete severo dos perigos do poder governamental descontrolado. Embora a CIA tenha declarado que o MKULTRA foi fechado há mais de 40 anos e que informações desclassificadas sobre o programa estão disponíveis publicamente, as revelações ressaltam a necessidade de vigilância e transparência contínuas nas operações de inteligência.

Como americanos, devemos exigir responsabilidade de nossas instituições e garantir que tais abusos nunca se repitam. O programa MKULTRA é um capítulo sombrio na história da nossa nação, mas também serve como um conto de advertência sobre os perigos de sacrificar princípios éticos em nome da segurança.

A coleção do National Security Archive é um recurso vital para entender o escopo completo dos experimentos de controle mental da CIA. É um lembrete sério de que a busca pelo poder, sem o controle da moralidade, pode levar a danos profundos e duradouros. Ao refletirmos sobre essas revelações, devemos reafirmar nosso compromisso em defender os valores que nos definem como nação.

 

Fonte: https://www.newstarget.com/2024-12-29-documents-expose-cia-mkultra-mind-control-experiments.html

 

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