O principal chefe militar da Ucrânia alertou que uma guerra nuclear entre a Rússia e o Ocidente é “iminente” como resultado do conflito em andamento na Ucrânia.
O comandante-em-chefe das Forças Armadas, general Valery Zaluzhny, declarou:
“Existe uma ameaça direta do uso, sob certas circunstâncias, de armas nucleares táticas pelas forças armadas russas”. Ele escreveu isso em um editorial publicado pela estatal Ukrinform.
“Também é impossível descartar completamente a possibilidade do envolvimento direto dos principais países do mundo em um conflito nuclear ‘limitado’, no qual a perspectiva da Terceira Guerra Mundial já é diretamente visível”, alertou Zaluzhny.
O comandante do alto escalão emitiu sua primeira confirmação oficial de que os grandes ataques sem precedentes às bases russas da Crimeia e a um depósito de armas amplamente divulgado em agosto foram operações ucranianas. A enorme explosão inicial da base aérea de Saki no início de agosto só havia sido reconhecida como um ataque ucraniano por meio de vazamentos anônimos para meios de comunicação ocidentais por altos funcionários de Kiev.
Mais ou menos na mesma época dos ataques na Crimeia, que continuaram esporadicamente desde então, o presidente Zelensky prometeu “libertar” o território controlado pela Rússia, sobre o qual o Kremlin ganhou o controle após um referendo popular de 2014, que não foi reconhecido pela Europa ou os EUA.
De acordo com as palavras do general Zaluzhny apresentadas no The Washington Post:
Com os combates quase certos de continuar em 2023, a Ucrânia precisa tornar a guerra “ainda mais nítida e tangível para os russos e para outras regiões ocupadas, apesar da enorme distância dos alvos”, escreveu Zaluzhny.
Ele chamou os ataques da Crimeia de “exemplo convincente” dos apelos de Kiev para que aliados enviem armas de longo alcance para seus soldados desarmados. Moscou, disse ele, pode atingir 20 vezes mais.
Moscou, por sua vez, também expressou alarme sobre o potencial de confronto nuclear com o Ocidente sobre a Ucrânia, dado o envolvimento cada vez maior de Washington – especialmente os bilhões de dólares em armas e ajuda militar sendo despejados no lado ucraniano. Também rejeitou as acusações de que está preparado para usar armas nucleares.
Durante um discurso nas Nações Unidas no início do mês passado, o diplomata russo Alexander Trofimov rejeitou “totalmente infundadas, distantes da realidade e especulações inaceitáveis de que a Rússia supostamente ameaça usar armas nucleares, particularmente na Ucrânia”.
Segundo a Reuters, ele enfatizou a posição oficial da Rússia, explicando que as armas nucleares só poderiam ser usadas em “resposta a armas de destruição em massa ou a um ataque com armas convencionais que ameaçassem a existência do Estado russo”.