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LÍDERES DO G7 ALERTAM PARA RISCOS GLOBAIS DE CRISE ALIMENTAR “SEM PRECEDENTES”

Os líderes do G7 pediram uma sessão extraordinária do Conselho da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação em um esforço para evitar que o conflito ucraniano se transforme em uma crise alimentar global “sem precedentes”.

Funcionários do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PAM) já haviam alertado que até 44 milhões de pessoas, espalhadas por 38 nações, estavam à beira da fome, mesmo antes do início do conflito.

Enquanto isso, o presidente francês Emmanuel Macron apresentou sua própria “iniciativa pela segurança alimentar” e pediu que a Rússia seja “responsável”.

De acordo com um comunicado adotado na quinta-feira na cúpula das maiores economias do mundo, a ofensiva russa em seu país vizinho “coloca a segurança alimentar global sob crescente pressão”. Portanto, os líderes do G7 concordaram em usar “todos os instrumentos e mecanismos de financiamento” e envolver as “instituições internacionais relevantes” para abordar a segurança alimentar, incluindo o apoio aos “esforços contínuos de produção ucraniana”.

“Pedimos uma sessão extraordinária do Conselho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para abordar as consequências na segurança alimentar mundial e na agricultura decorrentes da agressão russa à Ucrânia”, lê-se no comunicado.

Os países concordaram em evitar proibições de exportação e outras “medidas restritivas ao comércio” e manter mercados abertos e transparentes, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio.

O presidente francês Emmanuel Macron usou a cúpula em Bruxelas para apresentar sua própria “iniciativa para a segurança alimentar”. O mundo está enfrentando uma crise alimentar “sem precedentes”, disse Macron, acrescentando que é “uma consequência direta das escolhas da Rússia e da guerra. “Na opinião do presidente, a situação já é difícil e pode piorar ainda mais em 12 a 18 meses.”

Falando na coletiva de imprensa, o líder francês, que fala regularmente com o presidente russo, Vladimir Putin, exortou Moscou a ser “responsável” e permitir que a Ucrânia continue semeando.

Caso contrário, enfatizou, a “fome seria certamente inevitável” em muitos países, que são altamente dependentes de suprimentos agrícolas da Rússia e da Ucrânia.

Entre os países de maior risco, Macron citou o Egito, assim como alguns outros países da África e do Oriente Médio.

A “iniciativa de segurança alimentar” de Macron envolve um plano de emergência para a liberação de estoques em caso de crise, um compromisso multilateral de não impor restrições à exportação de matérias-primas agrícolas, um aumento temporário dos limites de produção, apoio à produção sustentável de alimentos nos países mais vulneráveis, e criar um mecanismo que permita fornecer-lhes produtos agrícolas “em quantidade suficiente e a preços razoáveis”, caso haja necessidade.

A segurança alimentar também foi discutida na quinta-feira por outros líderes, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden.

Macron vem alertando sobre a crise alimentar global há algum tempo e anunciou recentemente algumas medidas domésticas destinadas a mitigar as consequências da ação militar na Ucrânia.

Ressaltando que a Ucrânia e a Rússia “são verdadeiros celeiros para o abastecimento internacional de alimentos”, Macron, que enfrenta as eleições de 10 de abril, disse que planeja introduzir vales-alimentação para ajudar “as famílias mais modestas e as classes médias a enfrentar esses custos adicionais”. No entanto, os detalhes de um programa de apoio alimentar ainda não foram revelados.

A Rússia e a Ucrânia estão entre os maiores fornecedores de safras do mundo. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), os dois países representam 53% do comércio global de óleo e sementes de girassol e 27% de trigo.

A UNCTAD disse anteriormente que todos os países seriam inevitavelmente impactados pela crise gerada pelo conflito. O aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis “afetará os mais vulneráveis ​​nos países em desenvolvimento, pressionando as famílias mais pobres, que gastam a maior parte de sua renda em alimentos, resultando em privações e fome”, alertou a organização.

 

 

 

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