Um relatório divulgado em março de 2024 pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA mostrou que milhões de crianças americanas sofreram absenteísmo crônico da escola devido a uma lesão, doença e/ou deficiência. Muitos estados definem absenteísmo crônico como faltar 10% dos dias letivos (ou cerca de 18 dias) durante um ano letivo. Os dados mostraram que mais de um quarto dos alunos americanos do jardim de infância ao décimo segundo ano perderam um mês ou mais da escola durante o ano letivo de 2022/23, o que se traduz em quase o dobro do número de alunos que estavam cronicamente ausentes da escola antes da pandemia de COVID-19.
Dados do relatório do CDC mostraram que em 2022, 5,8% das crianças de cinco a dezessete anos tiveram absenteísmo escolar crônico nos últimos 12 meses. A diferença no número de meninos (5,5%) e meninas (6%) que estavam ausentes não foi significativa. O relatório também descobriu que crianças brancas não hispânicas e crianças hispânicas estavam cronicamente ausentes por motivos de saúde em taxas mais altas do que outras crianças asiáticas e negras em 6,6% e 6,2%, respectivamente. Em comparação, 3,3% das crianças negras e 1,3% das crianças asiáticas estavam cronicamente ausentes da escola por motivos de saúde.
Os dados revelaram que a taxa de absenteísmo foi mais alta para crianças com deficiência, com 14,8%, em comparação com crianças sem deficiência, com 4,4%. Além disso, a porcentagem de crianças que apresentaram absenteísmo escolar crônico foi maior entre crianças com saúde razoável ou ruim, com 28,7%, em comparação com crianças com saúde excelente, muito boa ou boa, com 5,1%. Outro estudo nacional de 2018 descobriu que crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), autismo ou atrasos no desenvolvimento têm duas vezes mais probabilidade de estar cronicamente ausentes da escola, em comparação com crianças sem essas condições.
Absenteísmo escolar é uma preocupação crescente nos EUA
As partes interessadas estão preocupadas com o absenteísmo crônico nas escolas porque as crianças que são cronicamente ausentes no jardim de infância e na primeira série têm menos probabilidade de saber ler no nível da série na terceira série. Com relação aos alunos mais velhos, o absenteísmo crônico está associado ao fracasso escolar. Quando um aluno acumula muitas faltas, ele/ela tem mais probabilidade de ser suspenso e abandonar o ensino médio.
Um estudo conduzido pelo Professor de Educação da Universidade de Stanford, Thomas Dee, PhD, descobriu que o absenteísmo crônico entre alunos de escolas públicas nos EUA aumentou em mais de 90 por cento entre os anos letivos de 2018/19 e 2021/22. O estudo afirma:
Considerando que as escolas públicas nos 50 estados e no Distrito de Columbia atenderam cerca de 48 milhões de alunos no ano letivo de 2021 a 2022, esses resultados implicam que mais 6,5 milhões de alunos ficaram cronicamente ausentes durante o recente retorno ao ensino presencial.
Hedy Chang, diretora executiva da organização Attendance Works, uma iniciativa nacional e estadual que visa promover o sucesso dos alunos ao abordar a ausência crônica, disse que um dos fatores que resultam em absenteísmo escolar é que alguns pais que sofrem de doenças crônicas não têm acesso a cuidados de saúde, o que pode impactar se o aluno será deixado na escola, mesmo quando a criança não é a que está doente. Ela disse:
Não se trata apenas de desafios de doenças entre crianças, mas também de desafios de doenças entre seus familiares. Crianças pequenas vão à escola porque seus pais podem levá-las. Se seus pais não têm acesso e então os pais ficam doentes, eles não podem levar seus filhos à escola.
Embora os pesquisadores tenham determinado que o absenteísmo crônico está associado a crianças com problemas de saúde, há uma falta de pesquisas publicadas na literatura médica para responder à questão de por que tantas crianças e pais nos Estados Unidos estão enfrentando muito mais doenças crônicas e deficiências.