Um novo estudo é o primeiro a sugerir um mecanismo claro para explicar relatos extensos de danos cardíacos e de outros órgãos em receptores de vacinas de mRNA contra a COVID-19
Quando as vacinas foram desenvolvidas, as autoridades de saúde alegaram que as nanopartículas lipídicas permaneceriam localizadas no local da injeção
Nanopartículas lipídicas usadas em vacinas de mRNA contra a COVID-19 não permanecem no local da injeção, como afirmado, mas circulam pelo corpo, chegando ao coração e outros órgãos, de acordo com um novo estudo.
Este novo estudo, publicado na revista Nature Biotechnology, é o primeiro a sugerir um mecanismo claro para explicar os extensos relatos de danos cardíacos e de outros órgãos em receptores de vacinas de mRNA contra a COVID-19.
Quando as vacinas foram desenvolvidas, as autoridades de saúde alegaram que as nanopartículas lipídicas permaneceriam localizadas no local da injeção, mas não havia tecnologia para verificar essa alegação com precisão.
Os cientistas por trás do novo estudo criaram uma tecnologia experimental que lhes permitiu seguir as nanopartículas no corpo de roedores.
A tecnologia, chamada “Single Cell Precision Nanocarrier Identification”, foi projetada para mapear e quantificar onde as nanopartículas injetadas em um camundongo foram parar. A tecnologia usa aprendizado de máquina para analisar dados de imagem — tornando possível quantificar precisamente onde as nanopartículas viajam por todo o corpo, até o nível de células individuais.
Os pesquisadores descobriram que, mesmo em doses extremamente baixas, as nanopartículas lipídicas atingiram os órgãos internos do corpo. As nanopartículas atingiram o coração e foram observadas causando alterações celulares e teciduais.
“Nossa descoberta de mudanças na expressão de proteínas imunes e vasculares no tecido cardíaco após a administração de mRNA de pico de LNP [nanopartícula lipídica] está alinhada com relatos de miocardite e pericardite em um subconjunto de indivíduos que receberam vacinas de mRNA”, escrevem os pesquisadores.
Em 27 de dezembro de 2024, 27.357 casos de miocardite e pericardite — condições cardíacas graves — foram relatados aos Sistemas de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) como resultado das vacinas contra a COVID-19, com a grande maioria dos casos — mais de 20.000 — atribuídos à vacina da Pfizer.