Um novo estudo australiano descobriu que idosos que tomam a vacina Shingrix® contra herpes zoster enfrentam um aumento drástico nos casos de herpes zoster logo após a primeira dose.
Em apenas 21 dias, os relatos de herpes zoster aos clínicos gerais entre pessoas com 65 anos ou mais aumentaram 15 vezes, de acordo com descobertas apresentadas na Conferência de Doenças Transmissíveis e Imunização (CDIC) de 2025 em Adelaide.
O estudo, conduzido por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch e do Serviço de Segurança de Vacinas de Victoria, analisou mais de um ano de dados médicos do mundo real usando dois conjuntos de dados independentes de grande escala.
Foi constatado um aumento de 15 vezes nos casos de herpes-zóster relatados a clínicos gerais dentro de 21 dias após a primeira dose de Shingrix entre idosos. Um aumento mais modesto nos casos de herpes-zóster em hospitais também foi observado.
Apesar do aumento expressivo da chance de infecção por herpes zoster nas três primeiras semanas após a vacinação, a vacina mostra alguma proteção a longo prazo, reduzindo o risco de herpes zoster em 83% após duas doses.
A pesquisadora principal, Dra. Aishwarya Shetty, aponta o ingrediente de reforço imunológico da vacina — um adjuvante à base de endotoxina bacteriana — como uma possível razão para a queda imunológica de curto prazo que pode permitir que o vírus adormecido reapareça em pacientes vulneráveis.
Embora ainda não publicado e sob revisão por pares, o estudo já está alimentando um escrutínio renovado da segurança das vacinas.
O Dr. Shetty enfatizou que ser franco sobre os riscos de curto prazo pode realmente fortalecer a confiança do público na vacinação.