O diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, previu que uma nova e mortal “pandemia de gripe aviária humana” ocorrerá ainda este ano.
De acordo com Tedros, a OMS está envolvendo os fabricantes “para garantir que, se necessário, suprimentos de vacinas e antivirais estejam disponíveis para uso global”.
O chefe da OMS instou os países a aumentar a vigilância de áreas onde humanos e animais interagem. A organização está trabalhando para garantir que suprimentos de vacinas e antivirais sejam disponibilizados se a situação piorar. O Sr. Ghebreyesus acrescentou que a OMS está em negociações com os fabricantes.
O porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, disse que quatro pessoas foram infectadas pelo vírus da gripe aviária (H5N1) no ano passado, com um caso levando à morte.
Lindmeier alertou que a gripe aviária é um risco contínuo para a saúde humana, pois tem potencial pandêmico, o que significa que uma forte vigilância da doença é crucial.
Ele disse:
“A vigilância em animais é importante para detectar quaisquer alterações no vírus que tenham implicações para a saúde humana”.
Até agora, houve 200 casos registrados em mamíferos, incluindo ursos pardos, martas, golfinhos e focas. A doença matou mais de 200 milhões de aves, mas no Reino Unido também foi associada a raposas e lontras.
Isso ocorre depois que a cepa H5N1 do vírus da gripe aviária foi detectada em um surto de criação de visons na região da Galícia, na Espanha. As investigações descobriram que a transmissão de vison para vison pode ter ocorrido na fazenda, embora os funcionários que trabalham lá não tenham testado positivo para o vírus.
No entanto, o surto na fazenda de martas Carral em outubro de 2022 deu a primeira indicação de que a gripe pode se espalhar de um mamífero infectado para outro.
O sequenciamento genético revelou que os animais estavam infectados com uma nova variante do H5N1, que possui material genético de uma cepa encontrada em gaivotas.
Ele também tem uma alteração genética que pode aumentar a capacidade de alguns vírus da gripe animal se reproduzirem em mamíferos.
Segundo a OMS, houve quase 870 casos de infecção humana com o vírus da influenza aviária H5N1 relatados em 21 países nos últimos 20 anos. Até 457 desses casos foram fatais. Isso indica uma taxa de letalidade relativamente alta em pessoas infectadas.
Acredita-se que os animais com resultado positivo foram alimentados com aves selvagens mortas ou doentes infectadas com a gripe aviária. Embora os animais com teste positivo tivessem uma mutação do vírus, tornando-o mais provável de infectar mamíferos, não havia evidências de que o vírus saltasse entre mamíferos, ao contrário da fazenda de martas espanholas.
No entanto, o professor Ian Brown, diretor de serviços científicos da APHA, disse à BBC News: “O vírus está absolutamente em marcha. E é quase notável – é uma única cepa. Essa disseminação global é uma preocupação. Precisamos olhar globalmente para novas estratégias, essas parcerias internacionais, para superar esta doença. Se não resolvermos o problema em todo o mundo, continuaremos a correr esse risco.”
Mas o Dr. Meera Chand, diretor de incidentes para a gripe aviária na UKHSA, disse: “As últimas evidências sugerem que os vírus da gripe aviária atualmente circulando em aves não se espalham facilmente para as pessoas. Permanecemos vigilantes para qualquer evidência de mudança de risco.”