A maioria dos americanos já ouviu alguma versão do que aconteceu durante a Grande Depressão nas aulas de história, mas um novo livro de David Webb apresenta uma visão alternativa do que ocorreu. O antigo gestor de fundos de cobertura explica no livro e num documentário com o mesmo nome, “The Great Taking”, porque acredita que tudo foi uma armação – e porque é que a história pode estar prestes a se repetir.
De acordo com Webb, os sistemas bancários centrais promulgaram discretamente esquemas de confisco de garantias que colocam todos em risco quando ocorre um colapso financeiro – e um deles está certamente a chegar. Ele explica no seu documentário e livro como as mudanças legais, regulamentares e financeiras nos prepararam para “o maior crime alguma vez contemplado… o confisco planejado dos ativos globais de valores mobiliários de todos”.
Ele descreveu como os bancos centrais criaram um sistema no qual podem receber todos os depósitos bancários, títulos e propriedades financiadas com dívida.
Ele afirma: “Está agora assegurado que na implosão do complexo de derivados, as garantias serão varridas em grande escala. O encanamento para fazer isso está instalado. Foi estabelecida segurança jurídica de que a garantia pode ser tomada imediatamente e sem revisão judicial, por entidades descritas em documentos judiciais como “a classe protegida”. Mesmo os investidores profissionais sofisticados, aos quais foi assegurado que os seus títulos estão ‘segregados’, não serão protegidos”.
Webb tem estudado sistemas financeiros em todo o mundo e alertado sobre o colapso iminente da “Grande Tomada” há mais de duas décadas. O seu trabalho baseia-se na sua experiência de trabalho com fundos de cobertura e na visão que obteve sobre os fluxos monetários e o tipo de riscos sistêmicos que levam a um colapso orquestrado.
Ele disse a Mary Holland, da CHD.TV, que a análise de acontecimentos históricos, como o confisco de ouro e o encerramento de bancos durante a era da Grande Depressão, deu-lhe uma imagem mais clara do “manual usado por poderosos interesses bancários em tempos de turbulência financeira”.
Webb comparou a atual economia hiperfinanceira ao estado da economia americana pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial, e diz que ambos os períodos são marcados por “saques” durante a fase final de uma bolha econômica, pouco antes de um colapso.
Os sistemas têm lançado as bases há décadas
Um tópico importante que ele explora é como o Código Comercial Uniforme, as leis que regem as transações comerciais nos EUA, foi alterado para tornar a propriedade de ativos um direito de segurança, o que significa que a propriedade pessoal é pouco mais do que uma reivindicação contratual, com a parte titular sendo um proprietário “beneficiário” em vez de um proprietário legal. Ele explica como os estatutos dos bancos comerciais e as definições de propriedade têm mudado pouco a pouco ao longo dos anos, a fim de estabelecer as bases para a revogação dos direitos de propriedade dos investidores durante a inadimplência.
“A base de toda a infraestrutura de títulos nos EUA é a Depository Trust and Clearing Corporation, e esta é a entidade que foi formada pela primeira vez para desmaterializar todos os títulos nos EUA”, observou ele, acrescentando que acredita que foi um projeto da CIA.
Apontou para a falência do Lehman Brothers durante a crise financeira de 2008, que acredita ter sido usada para reforçar novos precedentes que permitem aos credores confiscar os ativos dos seus clientes.
Ele disse a Holland: “O juiz de falências disse que o JP Morgan estava sob ‘porto seguro’ e poderia ficar com os ativos dos clientes” e, sendo um dos maiores bancos, era “certamente um membro da ‘classe protegida’. E essas palavras são usadas na decisão.”
Webb também disse que em caso de insolvência generalizada , os grandes bancos e fundos tirarão tudo o que puderem, e isso afetará todas as pessoas ao redor do mundo.
“O banco central deveria ser um serviço público. A própria ideia de que deve ser controlada por interesses privados é a fonte de todos os problemas da humanidade”, advertiu.
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