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VACINAS CONTRA COVID-19: MUITAS INTERROGAÇÕES

“As pessoas, às vezes, tropeçam com a verdade, mas a maioria delas se levanta e corre como se não houvesse passado”, Winston Churchill.

A grande motivação da Ciência são as incertezas e perguntas. No momento que encontremos um método que nos dê certezas, a Ciência deixará de ser necessária. Por isso que os que se sentem atraídos pela Ciência, sejam científicos propriamente ditos ou não, indagam, averiguam e comprovam, não se conformam com argumentos de autoridade. O debate científico é o motor que faz a Ciência progredir e as opiniões discordantes são importantes para ampliar a visão do problema ou pergunta em questão.

Poucas semanas após a decisão de parar a vacinação COVID-19 para menores de 50 anos, o Reino Unido anunciou que suspenderá a vacinação em massa. Em ambos os casos destaca a ausência de explicação sobre os motivos da decisão. Dado que milhões de doses dessas vacinas são destruídas desde há vários meses, acredito que o motivo não seja a falta delas.

Destaca também que na última atualização não explicita a população na que se manteria a indicação, citando, de maneira geral “pessoas de maior risco, por exemplo devido à idade ou certas condições médicas”.

Os estudos pós comercialização, assim como os dados da “vida real”, são essenciais para a confirmação da segurança e eficácia dos fármacos e esse é um dos motivos para que, tradicionalmente, a Ciência Médica indique novos fármacos para grupos restritos a aqueles com as mesmas características da população do estudo, normalmente os de maior risco para a doença, evitando em crianças e grávidas e após uma explicação das incertezas e limitações da indicação.

O início da indicação em massa das novas vacinas de RNAm coincidiu com o maior excesso de mortalidade das últimas décadas e apesar de não ser possível estabelecer uma relação de causalidade, não é possível descartá-la.

Existe um esforço por parte de alguns grupos de pesquisadores em investigar esse aumento de patologia, encontrando, em alguns casos, sinais não menosprezáveis de ausência de segurança da vacina. Um desses é o interessante estudo que observa proteína spike circulante em pacientes vacinados com miocardite e não naqueles vacinados sem miocardite.

No início de janeiro de 2023, o CDC anunciou um possível “sinal de segurança” pelo aumento de acidente vascular cerebral em maiores de 65 anos. Considerando que essa foi a população com a indicação inicial de 4ª dose, seria possível que esse aumento de casos estivesse em relação à quantidade de reforços?

Após observação de efeitos secundários não vistos nas fases iniciais, o habitual é a suspensão provisória do fármaco até esclarecer e descartar causalidade. Se esta não se descarta, a suspensão pode ser definitiva.

Nesse caso a questão é mais complexa. Foram relatadas incongruências durante a realização do ensaio clínico, na aprovação do fármaco pela principal agência de Saúde do mundo e inclusive nos contratos de compra deste, iniciando-se investigação dos cargos públicos responsáveis tanto na Europa como nos Estados Unidos. Além de uma insistente interferência da farmacêutica para acabar com o debate científico.

É impossível saber a veracidade de toda essa informação, mas dado o volume, a congruência dos dados, a evolução na vida real assim como a falta de transparência da farmacêutica, é, pelo menos, uma informação verossímil e que não pode ser menosprezada.

A notícia de que a Pfizer havia retirado o cegamento após menos de 6 meses do ensaio clínico, vacinando a todos os indivíduos do grupo placebo, foi algo que surpreendeu visto que o cegamento é uma técnica que permite não apenas avaliar os efeitos à curto, mas também à médio prazo.

Preocupante também é o relato de um indivíduo que participou do ensaio clínico da Pfizer cujo centro foi Buenos Aires. Ele disse ter sido internado com diagnóstico de pericardite provavelmente secundário à vacina e com vários testes COVID negativos no relatório do seu médico tratante. Tal como previsto no ensaio, ele informou ao médico do ensaio, o Dr. Polack. Alguns meses depois ele solicitou ver seus documentos do ensaio, deparando-se com que o haviam registrado que havia tido um efeito secundário não relacionado com a vacina, uma pneumonia por COVID.

De fato, o Dr. Polack foi o primeiro autor do estudo sobre a eficácia e segurança da vacina BNT162b2 mRNA20.

No mesmo centro foram excluídos dezenas de pacientes sem uma justificação e uma morte súbita foi relatada como não relacionada com a vacina.

Com respeito às aprovações, a maior agência de saúde dos EEUU e talvez do mundo foi persuadida por um estudo em 8 camundongos e, com esses dados e em uma situação de estabilidade epidemiológica, aprovou a vacina bivalente para ser utilizada em milhões de pessoas. A aprovação foi mantida apesar de estudos demonstrando baixa eficácia, provocando a reação, pedindo cautela, inclusive dos que haviam sido defensores da vacinação em massa para adultos e crianças.

Por outro lado, no pequeno estudo realizado em crianças de 5 a 12 anos, os autores observaram eficácia modesta. Mediram como único efeito secundário a incidência de miocardite à curto prazo. Os mesmos autores realizaram uma avaliação de risco-benefício concluindo que em crianças com mais risco de morte por COVID-19 e menos de morte por miocardite poderia existir benefício. Nos demais cenários clínicos não haveria um balanço positivo. Apesar dos resultados do estudo, na reunião para aprovação da vacina para crianças de 5 a 12 anos onde estavam presentes membros da associação comercial Pharmaceutical Research and Manufacturers of America e da American Medical Association (AMA), parece que houve uma longa discussão entre os membros do comitê sobre o melhor termo a ser utilizado na aprovação: “pode” ou “deve”. Na mesma reunião a Dra. Sandra Fryhofer, uma internista que representa a AMA, resumiu o tom das muitas partes interessadas presentes com um apelo: “Peço ao comitê que apoie uma recomendação ‘deveria’ para a terceira dose”.  Foi aprovado por 11 a 1 e 1 abstinência.

Aprovações controversas por este comitê não são uma exceção. Recentemente, em um estudo, revisaram os fármacos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA desde 2018 e encontraram que pelo menos 10% deles foi aprovado após dados de ensaios principais nos quais os objetivos primários de eficácia não foram alcançados.

Uma das motivações do estudo foi a aprovação acelerada, em 2021, do aducanumab, medicamento para doença de Alzheimer apesar de que ambos ensaios clínicos foram suspendidos por inutilidade com respeito ao objetivo primário.

Muitas vezes existem outros motivos que influenciam na aprovação de um fármaco apesar da ausência de dados científicos robustos como pode ser a ausência de alternativa terapêutica ou doença com alta mortalidade. Outro ponto é que tanto a indústria farmacêutica como as próprias agências de saúde são formadas por pessoas e, como tal, podem ter interesses que influenciam na decisão. Diante de tantos fatores subjetivos, quando os dados científicos não estão claros, pode-se solicitar a opinião de um comitê assessor independente. No estudo referido observou-se que apenas 14.3% dos estudos aprovados apesar de não alcançarem os objetivos demandaram uma reunião do comitê assessor.

Não há dúvidas da complexidade da tomada de decisões pelos órgãos reguladores. Assim como também não há dúvidas de que é necessário melhorar a comunicação e contextualização por parte da FDA sobre sua tomada de decisões e uma maior transparência para melhorar o uso clínico e aumentar a confiança dos médicos, pacientes e pagadores dos novos medicamentos. Porque muitos, sem tanta habilidade científica, ainda acreditam que a aprovação de um fármaco implica em comprovação de eficácia e segurança.

Eu prefiro seguir as recomendações da Ciência Médica e ser prudente com a indicação de fármacos novos, principalmente em pessoas de baixo risco para a doença e quando esta tem um tratamento. Motivo pelo que não defendi uma vacinação em massa incialmente. Entretanto, esperava que fosse uma questão de tempo para que a eficácia e segurança fossem comprovadas na vida real.

Entretanto, e apesar de não poder saber com exatidão o que ocorreu realmente e o que é secundário à vacina, diante de todos os dados de incongruências juntamente com os dados epidemiológicos atuais de baixa mortalidade, me parece pertinente a atitude do Reino Unido. Assim como uma investigação oficial do excesso de mortes, possíveis efeitos adversos, denúncias de fraude nos ensaios clínicos, aprovações controversas e contratos “turvos”.

Espero que comprovem uma explicação alternativa, mas até então prefiro manter a desconfiança que o método científico defende.

Independentemente de que verdugos continuem sendo negacionistas com relação à toda sinalização de problemas em vários níveis, caluniando e difamando quem ousa manter o debate, a comunidade científica não pode menosprezar essas hipóteses.

Como dizia Marc Twain: “É mais fácil enganar as pessoas que lhes convencer de que foram enganados” ou, nesse caso, de quererem investigar se foram enganados.

 

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