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VARÍOLA DOS MACACOS: PODE SER O INÍCIO DE MAIS UMA EPIDEMIA ENTRE OS HOMOSSEXUAIS OU ALASTRADA A TODA POPULAÇÃO

Vitor Duque admite que a comunidade médica está preocupada com esta nova infecção que já conta com vários casos em Portugal ligados à comunidade homossexual.

Apesar de ainda estar investigando os detalhes do surto da varíola dos macacos, a doença rara que causa lesões na pele, já há algumas certezas quanto à forma de contágio. “Transmite-se através de contatos íntimos, neste momento entre homens”, explica Vitor Duque, Presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia e Diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, acrescentando que é na comunidade homossexual que está se registrando mais casos, nos doentes detectados em Portugal.

Segundo o especialista, o fato de já existir um surto em Portugal confirmado pela Direção-Geral de Saúde e a doença ser registada também em outros países, é um alerta que se deve dar atenção. “Pode ser o início de uma epidemia entre os homossexuais que eventualmente pode-se alastrar para toda a população”, diz Vitor Duque.

O virologista destaca, no entanto, que o vírus pode atingir qualquer pessoa – homem ou mulher, com qualquer orientação sexual – mas que, com os dados que há neste momento, tudo indica que tenha tido uma porta de entrada naquela comunidade, e que está se desenvolvendo.

Margarida Tavares, diretora do Programa Nacional para as Infecções Sexualmente Transmissíveis e Infecção por HIV da DGS, disse esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que, entre os casos confirmados em Portugal, estão homens “que fizeram sexo com outros homens”.

De acordo com o diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, já está confirmado pela ciência que a transmissão é feita através do contato de lesões com a pele, o que pode incluir relações sexuais. Já quanto aos fluídos serem portadores da infecção é uma “hipótese que ainda está em investigação”.

Apesar de tudo indicar que a transmissão da doença começou por estar ligada à comunidade homossexual, o médico sublinha que nada tem a ver com a AIDS. “É totalmente diferente. Na varíola dos macacos, as lesões podem ser eventualmente mais graves nas pessoas imunocomprometidas, como os transplantados, mas a infecção por si só não provoca diminuição da imunidade celular. Já no HIV a imunidade é sempre atingida”, explica o médico.

Vitor Duque admite que a comunidade médica está apreensiva. “Sabe-se que vão surgir vários surtos e epidemias com vários vírus. Prevê-se que existiam muitas infecções com origem em animais. Mas ninguém estava à espera de que o vírus do macaco chegasse assim na Europa”, diz, explicando que os primeiros casos no Reino Unido foram conhecidos este mês. “Em Portugal a comunidade médica sabia o que se passava pela imprensa estrangeira. Quando a Direção-Geral da Saúde enviou o comunicado para os hospitais, nós já sabíamos o que se passava pelos jornais internacionais”.

Nos próximos dias podem surgir novos casos, pois o período de incubação é de duas a três semanas. Além disso, muitos dos doentes podem ser assintomáticos.

 

 

 

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